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Levedura: Que “bicho” é esse?

A levedura é um dos ingrediente principais da cerveja, sem ela essa bebida não existiria.

A Levedura é um organismo vivo, mas apesar do trocadilho no título, não é do Reino Animal, é um microorganismo do Reino dos Fungos.

Saccharomyces cerevisiae
As marcas numeradas estão separadas por 11 µm (micrômetro). Cada pixel na versão em tamanho real desta imagem representa um quadrado de 0,038 µm.

Nós Humanos somos responsáveis por dar as condições ideais para que, aí sim, a levedura faça a cerveja.

Seu papel no mosto cervejeiro é consumir os açúcares fornecidos pelo malte e liberar álcool , CO² e outros compostos de aroma e sabor.

A levedura usada para produzir Ales é a da espécie Saccharomyces cerevisiae, e para fazer Lagers é utilizada a espécie Saccharomyces pastorianus.

Algumas das diferenças entre elas são temperatura de fermentação, para Ales fica na faixa de 15ºC – 24ºC e além de álcool e CO² é obtido alguns outros compostos de aroma e sabor mais intensos, próprios da fermentação. Já para Lagers a temperatura de fermentação fica na faixa de 9ºC – 15ºC e é mais neutra, compostos de aroma e sabor são mais sutis, fazendo com que essas características da cerveja sejam quase que exclusivamente obtidos dos maltes e lúpulos escolhidos.

Hieróglifos egípcios sugerem que, há mais de 5.000 anos, são utilizados processos fermentativos, tanto na produção de pão, quanto na de bebidas alcoólicas. Curiosamente, só em 1857 Louis Pasteur provou que a fermentação resulta da ação de organismos vivos, como a levedura.

Aqui na Cerveja Avós todas nossas cervejas são Lagers, a diferença entre os estilos, seus aromas, sabores e teor alcoólico são obtidos pela combinação dos ingredientes escolhidos, como maltes, lúpulos e em alguns casos frutas.

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Adjunto Cervejeiro: Você sabe o que é?

Que uma cerveja é feita de Água, Malte, Lúpulo e Levedura você talvez já saiba, mas e os adjuntos cervejeiros, você conhece?

Tudo que não sejam os ingredientes básicos da cerveja (água, malte de cevada, lúpulo e levedura) são considerados Adjuntos Cervejeiros.

Podemos utilizar especiarias, frutas, outros cereais não malteados, como milho, aveia e centeio, por exemplo.

É muito comum o uso de frutas em cervejas Sour e outros cereais como aveia e centeio em diversos estilos. A decisão em usar adjuntos e quais depende do que se busca atingir.

Pode ser para dar aromas e sabores específicos, para influenciar na cor da cerveja, ou até mesmo para questões mais técnicas como melhorar a espuma, deixar a cerveja mais turva ou até mesmo produzir uma cerveja mais alcoólica.

Semente de coentro, como na foto acima, é um adjunto tradicional do estilo Witbier, estilo clássico de cerveja de trigo Belga.

Quer conhecer cervejas com adjuntos?

Aqui no nosso e-commerce você pode encontrar diversas receitas com uso de Adjuntos Cervejeiros, como por exemplo a Pink Small, uma Small Lager com amora e pitaya vermelha, a A Véia Viaja 2, uma Juicy IPL com aveia e trigo e a Dona Carlinda, uma American Pale Lager com arroz e manga palmer.

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Cerveja Puro Malte – Mitos e Verdades

“Puro malte” é um termo que sempre aparece quando falamos em cerveja, mas esse termo pode causar confusão e até mesmo passar noções equivocadas relacionadas à qualidade da cerveja.

Para começar – O que é Malte?

Para entendermos o que de fato significa uma cerveja ser puro malte precisamos antes deixar claro o que é o Malte.

Diferentemente do que alguns possam pensar, não existe uma plantação de malte, ele não é um cereal específico. O malte é o resultado de um processo chamado malteação ou malteamento.

É possível obter o malte a partir de diversos cereais, como cevada, trigo, aveia, centeio, milho, arroz e a lista continua.

Para produzir o malte, as maltarias controlam a germinação dos cereais e interrompem esse processo secando em diferentes estágios para obter variados tipos de malte, dos mais claros aos mais escuros.

Cada tipo de malte é aplicado para diferentes propósitos na cerveja, e cada tipo de malte é utilizado em diferentes quantidades.

Na cerveja, os maltes têm várias funções, as mais perceptíveis são dar cor, aroma e sabor.

Bom, agora que já sabemos um pouco mais sobre o que é malte, podemos continuar o assunto principal, o bendito “Puro Malte”.

A ideia do termo “Puro Malte” nasce a partir de algo bem antigo, uma lei de 1516 na Alemanha (mais precisamente na Baviera) que determinava, entre outras coisas, o que podia ou não ser usado para se fazer cerveja. Em português se traduziu para “Lei de Pureza da Cerveja”, mas em alemão essa lei é chamada de Reinheitsgebot.

É assim que se pronuncia o nome da lei.

Na lei determinava-se que para a fabricação de cervejas só poderia ser usado: água, malte de cevada e lúpulo. Neste momento as leveduras não eram citadas na lei.

A partir dessa lei criou-se a noção de que uma cerveja só com malte de cevada tinha mais qualidade, o que não é necessariamente verdade.

Perceba que a lei de 1516 fazia referência apenas à cevada, a versão mais atual da lei já permite outros grãos maltados.

Impacto da Reinheitsgebot fora da Alemanha

Ao redor do mundo, informar no rótulo das cervejas que ela estava em conformidade com a “lei de pureza da cerveja” se tornou uma ferramenta de marketing poderosa.

Aqui no Brasil adotou-se o termo “puro malte” para se referir a essas cervejas que são feitas apenas com os 4 ingredientes básicos: água, malte de cevada, lúpulo e levedura.

Afinal de contas, “Puro Malte” é melhor?

A resposta curta para essa pergunta é NÃO.

Para dar uma resposta melhor precisamos entender que o conceito de melhor e pior passa por um ponto muito subjetivo e fundamental: o gosto e as preferências individuais de quem está bebendo.

Aqui no Brasil existe a discussão acerca das “cervejas de milho”. Nossa lei permite que até 45% do que seria usado de malte de cevada possa ser substituído por outros ingredientes, como outros cereais malteados e/ou não-malteados.

Nesse momento é importante deixar claro que o ingrediente não é o vilão da história, o milho faz parte da nossa cultura e da nossa alimentação há séculos, não é por ele ser usado na cerveja que necessariamente a cerveja é pior do que outra que não utiliza esse ingrediente.

Diversos estilos usam outros ingredientes além dos 4 básicos, por tanto, não são “Puro Malte” e são maravilhosas. Raízes, especiarias, frutas, mel, lactose, entre outros ingredientes podem ser usados para criar cervejas deliciosas e não são puro malte.

Aqui na Avós nós já fizemos mais de 150 cervejas diferentes ao longo dos 6 anos (recém completados), algumas foram puro malte, outras não. Nós buscamos sempre fazer cervejas gostosas que vão proporcionar bons momentos e memórias.

O que gostaríamos que ficasse ao final deste artigo é que cervejas puro malte podem ser boas ou ruins, assim como as que não são puro malte, tudo depende da qualidade dos ingredientes, dos processos produtivos bem executados e principalmente do gosto de cada um, se sua cerveja favorita é puro malte tá tudo bem, se ela não é está tudo certo da mesma forma, o que não podemos deixar acontecer é esse termo ser um limitante ou impeditivo para experimentarmos cervejas diferentes e conhecermos o universo gigantesco que é o mundo das cervejas artesanais.

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Você conhece a história das Small Beers?

Foto da cerveja pink small

Small Beers são cerveja com baixo teor alcoólico, geralmente entre 0,5% e 2,8%.

Você sabia que na Idade Média as Small Beers eram consumidas por pessoas de todas as idades?

Era considerada um alimento nutritivo e em alguns lugares, como na Inglaterra, uma alternativa à água, que em algumas épocas do ano era muito suja, fedida e vetor de doenças, ou seja, o consumo de cervejas era também uma questão de saúde pública.

A Rainha Elizabeth I assinou uma norma dizendo que as small beers deveriam ser fornecidas para todos os acadêmicos e grandes universidades como Eton, Winchester e Oxford que tinham suas próprias cervejarias.

Aqui é importante reforçar que esses são dados históricos e que cervejas são produtos destinados à adultos e sua venda e consumo são apenas para maiores de 18 anos.

O escritor Erasmus Darwin em seu trabalho A Plan for the Conduct of Female Education in Boarding Schools, dizia que – em tradução livre – “Para as crianças mais robustas é preferível o consumo de água, e para as mais fracas small beers.”

Beer Street and Gin Lane

Em apoio à Lei de Gin 1751, promulgada pelo Parlamento da Grã-Bretanha, que visava a diminuição do consumo de spirits (bebidas destiladas acima de 20% de teor alcoólico), o artista William Hogarth, retratou em 2 obras, conhecidas como Beer Street and Gin Lane, ou em tradução livre, Rua da Cerveja e Rua do Gin a diferença entre beber cerveja e beber gin. Na primeira, pessoas alegres se divertindo (Beer Street), já na segunda, pessoas embriagadas e cometendo crimes (Gin Lane).

Small Beers no Brasil

Aqui no Brasil nós somos a primeira cervejaria a produzir Small Beers (pelo menos comercialmente). Nossas Small Lagers começaram a sair dos tanques em Abril de 2020, já estamos na 5ª receita que é a Pink Small.

Uma cerveja delicada, com adição de amora e pitaya vermelha, muito saborosa e com apenas 2,9%.

Cerveja com coloração rosa, aromas e sabores delicados e frutados, amargor sutil e muito refrescante.

Você pode experimentar aqui na Casa Avós, na Rua Croata, 703 na Vila Ipojuca em São Paulo, pedir pelo nosso delivery (se estiver aqui na cidade), ou aqui pelo nosso site (onde atendemos o Brasil todo).

Small Beers na Europa

Na Europa, algumas cervejarias voltaram a produzir small beers, como é o caso da The Original de Londres, cervejaria que produz exclusivamente small beers.